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Alunos da USP de Lorena participam de competição mundial de biologia sintética

Entre os dias 27 e 31 de outubro, o Grupo de Biologia Sintética da EEL estará em Boston (EUA) participando do International Genetically Engineered Machine Competition (iGEM).
A competição, promovida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desde 2004, é uma das maiores do mundo na área de Biologia Sintética .

Uma equipe da Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da Universidade de São Paulo (USP) irá participar do iGEM; evento anual de biologia sintética destinado a estudantes de graduação e pós-graduação. A equipe da USP de Lorena é uma das 5 equipes que irá representar o Brasil nesta competição mundial onde há 300 equipes inscritas de várias partes do Planeta.

Sob a coordenação do Prof. Dr. Fernando Segato e Prof. Dr. Júlio César Santos a “USP-EEL-Brazil” a equipe de Lorena é composta por 9 alunos da EEL : Gabriela Leila Berto; Daniel Collucci; André T. V. Hermann; Aline Larissa Gonçalves; Rodolfo Antonio Silva; Sabryne Rodrigues; Hemerson Sulpicio Junior; Tamires Saldanha de Souza; Leonardo de Oliveira Ferreira e Leonardo Batistela.

A competição exige que os estudantes, em sistema multidisciplinar, construam sistemas biológicos padrão de engenharia genética que resultem em melhorias para a sociedade. O iGEM é uma competição envolvendo a modificação genética de microrganismos por ferramentas de biologia sintética. “Com isso, os estudantes tentam “engeinheirar” cepas de bactérias ou leveduras de forma a fazer com que estas produzam algum composto que não teriam a capacidade de produzir naturalmente.” Explica o Professor Segato .

A equipe “USP-EEL-Brazil” pretende inserir na bacteria Escherichia coli, uma via para a produção de alcanos de cadeia longa e ao mesmo tempo, introduzir moléculas de tocoferol na membrana bacteriana, de forma que esta apresente uma maior tolerância a altas concentrações de alcanos no meio, uma vez que este é tóxico para a célula. Esses alcanos serão produzidos através da conversão dos ácidos graxos presentes no meio, que serão transformados em alcanos de cadeia longa, por meio de vias metobólicas inseridas na bactéria.

Com esse método, a equipe do Campus da USP de Lorena pretende desenvolver a produção de um biodiesel com alcanos em sua composição com as mesmas propriedades do diesel produzido a partir do petróleo, mas sem os danos ao meio ambiente. Produzindo um biodiesel com estas características, será possível utilizá-lo diretamente em processos que já utilizam o diesel convencional sem que haja nenhuma mudança na estrutura original dos motores. Explica o Prof. Segato.

O iGEM também exige dos participantes habilidades como: planejamento e administração de projetos; gestão de recursos e da equipe; angariação de fundos; trabalho em equipe; conhecimento baseado em problemas; redes internacionais; pensamento empresarial; espírito de colaboração; concepção de projetos; técnicas de apresentação e comunicação científica.

O Professor Segato conta que a equipe USP-EEL-Brazil conseguiu uma verba com uma empresa farmacêutica, a EMS, com a empresa Leste Global Investments e com a Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade. O grupo criou uma página em um site voltado para a arrecadação por doações, o Benfeitoria (link: https://benfeitoria.com/uspeelbrazil) .

A participação brasileira no iGEM teve destaque na Revista Pesquisa FAPESP desta semana:http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/09/23/prontos-para-competir/http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/09/23/prontos-para-competir/

Foto cedida pelo Prof. Segato.