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O Novo Diretor da EEL USP: Antonio Marcos de Aguirra Massola

Formou-se na carreira de engenharia em eletricidade, na modalidade eletrônica, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1967.

Na Escola conviveu inicialmente com um grupo reduzido de discentes que durante o primeiro ano ainda frequentavam as aulas no prédio da rua Três Rios, a velha POLI.

Em realidade, Massola e seus colegas constituíram uma das primeiras turmas de formandos de Engenharia Elétrica na Politécnica, do recém criado “Campus” da Cidade Universitária “Armando de Salles Oliveira”.

De sua experiência como aluno, guarda recordações dos professores que, sem dúvida, assinalaram presença importante na graduação. Dentre eles estão os docentes Professor Doutor Antonio Hélio Guerra Vieira, catedrático na área de eletrônica – que viria a contratá-lo em 1969, para trabalhar na Escola Politécnica-; Professor Doutor Luiz de Queiroz Orsini – catedrático da área de Engenharia Elétrica –e os professores Nelson Zuanella, Bahianas, Barradas e Jaime Gomes, todos do meio de telecomunicações, os quais lhe ofereceram sólido embasamento profissional, que foi seguido, aliás, não só naquele momento, mas no decorrer de toda a sua vida acadêmica e profissional.

Em 1967, terminou o curso como Engenheiro Eletricista – modalidade eletrônica, passando a trabalhar na CNAE - Comissão Nacional de Atividades Espaciais – atual Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) –em São José dos Campos - , onde foi responsável pela coleta de dados do satélite meteorológico ATS-3.

Após a rápida passagem pelo CNAE, ingressou na CESP - Centrais Elétricas de São Paulo, quando esta foi formalizada pelo Governo do Estado de São Paulo, atuando na área de telecomunicações, de modo mais específico em rádios VHF e UHF, e com o grupo de trabalho da empresa, realizou um “levantamento de micro ondas para a companhia, trabalho que era uma atividade inédita na época”, acompanhado também de grande mapeamento na área de telecomunicações da CESP no Estado de São Paulo.

O próximo passo de seu caminho profissional foi o Departamento de Engenharia de Eletricidade da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em junho de 1969, para implantar o Sistema de Informática da Escola Politécnica.

Com vistas ao Mestrado em Sistemas, na vigência da Diretoria do professor doutor Oswaldo Fadigas Fontes Torres, tomou parte na instituição do LSD - Laboratório de Sistemas Digitais (LSD), então sob organização do professor doutor Antonio Hélio Guerra Vieira. Participou da elaboração e implantação de inúmeros projetos altamente tecnológicos e de pesquisa e teve participação marcante na instituição da FDTE – Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, em 1972.

Em seguimento acadêmico e profissional, consolidou a carreira na instituição, realizando o seu Doutorado, Livre Docência, Adjunto e a Titularidade, e a partir da década de 1990, mais especificamente desde 1986 está diretamente ligado ao Gabinete da Reitoria, passando a desempenhar cargos administrativos, tais como a Coordenação do Centro de Computação Eletrônica (CCE), a Presidência da Comissão Central de Informática da USP, a Diretoria do Sistema de Telecomunicações da USP, a Vice Diretoria da Escola Politécnica, colaborou no processo de instituição da FUSP – Fundação de Apoio à USP e seu atual diretor executivo e, entre 1998 e 2002, a Diretoria da Escola Politécnica, a implantação e Coordenação da COESF – Coordenadoria do Espaço Físico da USP em substituição ao FUNDUSP – Fundo de Construção da Cidade Universitária, novamente a COESF em 2010, substituída pela SEF – Superintendência do Espaço Físico da USP, em 2012, entre outros e significativos cargos.

Colaborou também na implantação de outras áreas de interesse para a USP , entre as quais, Cubatão, Lorena, Jaú e Santos.

Contribuiu significativamente para a implantação dos Cursos Cooperativos de graduação na Escola Politécnica da USP e no procedimento do estabelecimento do Diploma Duplo entre a Escola Politécnica e Universidades Francesas.

A facilidade administrativa e de gerenciamento, segundo o professor, deveu-se à profissão de engenheiro, às bases de aprendizagem oferecida pelos seus estudos na Escola Politécnica e ao conhecimento prático da gestão pública , a qual, na sua opinião, não se aprende na escola ou nos livros, mas na vivência diária com os problemas e suas possíveis soluções.

Nesse entremeio, diversos projetos dos quais participou trouxeram importantes contribuições ao Estado de São Paulo e ao país, dentre eles destacou-se “o primeiro computador nacional, o Patinho Feio. Depois a implementação de uma central telefônica a programa armazenado, que foi a primeira central do país a fazer uma ligação DDI. Era a central 214 de São Paulo, da Companhia Telefônica. O projeto do mini-computador para as fragatas compradas da Inglaterra, o chamado projeto Guaranys – G10. Teve também participação no sistema de atendimento de emergência, os “Call-Box”, que foi utilizado tanto na rodovia dos Bandeirantes, que era chamada de via norte e também na rodovia dos Trabalhadores, hoje rodovia Ayrton Senna. Esse sistema permaneceu nesta rodovia até recentemente. Outro trabalho importante foi o projeto de automação da fábrica da ALCAN,em Pindamonhangaba. O sistema de supervisão e controle da rede de distribuição de energia da CESP, no Guarujá e o controle e supervisão de subestações da CESP.

O Programa Disque Tecnologia por ele idealizado é prova marcante de sua visão futurista. Os Programas para a USP; PURA – Programa de Uso Racional de Água e PURE – Programa de Uso Racional de Energia também refletem a preocupação das equipes que os desenvolvem e os tornam realidade, pelos cuidados na conservação do meio ambiente e do erário público.

Nesse sentido, corrobora com seu papel de docente em preparar verdadeiros cidadãos. Missão essa, em suas palavras, difícil na medida em que para ser professor você tem que saber orientar aqueles que vão seguir na vida para que o façam com racionalidade e com objetivos bem definidos. A profissão de professor é de extrema dedicação e de trato com os alunos, procurando descobrir o que estes pensam e querem, como conduzir uma dada aula, preocupar-se com o aprendizado do pessoal e com outras ações. Exercer a profissão de educador é efetivamente um sacerdócio. Diferente de sua formação como engenheiro. O profissional deve dosar com competência o que deve ser acadêmico e o que ele deve pensar como profissional.

Por outro lado, de acordo com seu ideário, o ofício de engenheiro implica em ir além do que é ensinado nos bancos escolares. Sem dúvida, a formação ali imputada é palpável e importante, mas o aprendizado-mor é aquele que a vida proporciona. “Porque nem sempre aquilo que você pretendeu fazer é o que você vai fazer. Você não vai mudar a filosofia de um país, nem a filosofia de um estado. Mas enquadrando-se sempre dentro daquilo que você acha que pode efetivamente fazer !”

O cerne de seu trabalho encontra-se nas atividades a serem materializadas para que toda uma comunidade acadêmica, possa desfrutar e executar suas atividades acadêmicas, de pesquisa e de extensão! Esse é o real objetivo e meta que o Professor Massola procurará cumprir durante sua gestão a frente da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, com toda sua dedicação e carinho, da mesma forma que sempre fez em todos os desafios que já enfrentou.

Ultrapassando os limites da administração pública, o Professor Antonio Marcos de Aguirra Massola é homem afeito à família. Procura conciliar o seu tempo, não deixando de dedicar atenção à família, esposa e filhos e tendo um carinho todo especial para com seus quatro netos.


Texto cedido pelo Prof. Massola