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USP de Lorena já está sob nova Direção

Por Simone Colombo

 

A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) USP tornou-se um Campus da Universidade de São Paulo em maio de 2006. Antes disso, era conhecida como FAENQUIL (Faculdade de Engenharia Química de Lorena), instituição fundada em 1969.  A direção que assume a administração da Unidade neste dia 25 de julho traz, pela primeira vez, dois docentes que pertenceram a sua Instituição de origem, a FAENQUIL.  Tanto o Diretor eleito, Prof. Dr. Silvio Silvério da Silva, quanto o Vice-Diretor, Prof. Dr. Durval Rodrigues Junior, professores Titulares da USP, atuam na Instituição há mais de 30 anos e já ocuparam diversos cargos de gestão junto aos órgãos administrativos da Unidade e da Universidade. Isso lhes traz grande experiência e conhecimento das peculiaridades de Lorena.  Até então, as administrações anteriores eram encabeçadas por docentes de outras unidades da USP com a missão de formatar e promover a institucionalização plena da Unidade nos moldes da Universidade de São Paulo, tarefa ainda em andamento.             

 

Agora a EEL vivenciará uma nova era. A prerrogativa de ambos os Diretores estarem familiarizados com as distinções estruturais, pessoais e técnicas da EEL é um fator preponderante para superar as dificuldades que se avizinham.

 

Diretoria
Nova Direção da Escola de Engenharia de Lorena

Assumir a direção da Unidade, em meio à pandemia de coronavírus que assola o mundo em 2020, trouxe desafios que exigirão muitas adaptações à nova realidade que vem se formatando. Para isso, os novos gestores esperam contar com o engajamento da comunidade EEL.

 

“Sempre destaco o comprometimento de nossos os docentes com a Universidade ao assumirem cargos de gestão. Em especial, neste momento de desafios pelo qual passamos, essa tarefa ganha contornos ainda mais relevantes, em que deveremos tomar decisões e conduzir a USP e sua reconhecida excelência mesmo diante de tantas adversidades. Desejo aos novos diretores da EEL muito sucesso rumo à modernização de nossa Unidade e ressaltar que estamos trabalhando todos juntos para superar os obstáculos que se apresentarem”, afirma o reitor da USP, Vahan Agopyan.  

 

Os novos Diretores responderam, em conjunto, à Assessoria de Imprensa da EEL sobre as perspectivas para essa gestão 2020-2024:

 

1) Qual o cenário que vocês esperam encontrar ao assumir a EEL? E como pretendem contorná-lo? (pandemia)

Não nos cabe aqui fazer julgamentos de valor, até porque não tomamos ainda conhecimento sobre a real situação administrativa da Escola. Mas, a EEL está precisando de melhorias estruturais, como salas de aula e laboratórios didáticos mais modernos e com melhor usabilidade, por exemplo. Precisa também modernizar a infraestrutura de pesquisa, de TI e aquelas indispensáveis à extensão universitária, problema que enfrenta a maioria das universidades brasileiras. Certamente, a crise econômica pela qual o país vem passando pode ter contribuído para agravar as dificuldades da Escola. Por outro lado, a pandemia criou outro problema sério para a gestão da Escola: a obrigatoriedade do distanciamento. Várias decisões de gestão são facilitadas quando presenciais.

Uma das primeiras ações que pretendemos tomar é nos reunirmos com a Reitoria e a Administração da USP para discutir o plano de recuperação da Escola. A partir desse plano pretendemos buscar o auxílio da Administração Central e de diferentes órgãos de fomento, organizações e empresas para sua viabilização no prazo mais curto possível.

 

2) O que essa administração terá de diferente das demais?

Por sermos oriundos da Unidade, estamos aqui há mais de 30 anos e conhecemos a EEL, sua cultura e sua história. Já vivenciamos diversas crises e dificuldades: a conquista pela estadualização da FAENQUIL, seu vínculo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a sua incorporação pela USP. Compreender e ter vivido essa história nos faz conhecedores das suas forças e fragilidades. A Escola tem uma vocação: ser um centro de excelência internacional no Ensino e na Pesquisa. A marca que pretendemos deixar em nossa gestão é a capacidade de mobilizar toda a comunidade EEL, aproveitando nossa diversidade, em prol de um projeto comum de vanguarda acadêmica.

 

3) Quais os principais pontos fracos da EEL a serem trabalhados?

Os principais pontos fracos da EEL estão relacionados à defasagem que ainda temos em nossos métodos didáticos; o baixo aproveitamento da capacidade de nossos professores e técnicos, principalmente os contratados mais recentemente; a infraestrutura geral, como já destacamos; e ainda, a administração da Escola, que precisa urgentemente ser modernizada e ágil. Outro ponto destacadamente frágil de nossa Escola é a Extensão, a falta de capacidade para levar de forma mais eficiente para o entorno a excelência da USP.

 

4) Na questão de servidores, como pretendem promover engajamento e motivação entre os quadros distintos?

A primeira coisa que precisamos fazer é não dar tratamento diferente para os colaboradores. Estamos todos viajando no mesmo ônibus. Há um ditado popular muito apropriado, “uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco”. Não podemos nos dar ao luxo de ter elos fracos. Precisamos valorizar mais os servidores técnicos e administrativos, oferecer capacitações e demonstrar de maneira inequívoca que a Unidade somente será forte se todos os segmentos forem fortes. Muitos foram os servidores e lideranças dos diferentes segmentos que nos enviaram mensagens torcendo para que fossemos eleitos, ou falando da esperança com nossa eleição. A maioria quer, de forma decisiva, contribuir com a Escola. 

 

5) No quesito de infraestrutura quais as melhorias e prioridades estão nos planos de vocês? Pretendem ativar o Centro de Vivência?

A prioridade número um deve ser focada na infraestrutura voltada para as atividades didáticas. Nossos alunos estão de parabéns. Têm se tornado excelentes profissionais que se destacam no mercado de trabalho, em condições de infraestrutura não totalmente adequadas. Estes são os desafios sobre os quais precisamos dispender nossos primeiros esforços. Um dos fatores muito importantes no desenvolvimento do estudante é a formação de liderança, que se assenta, principalmente, nas experiências vivenciais no campus universitário. O Centro de Vivência tem que ser a extensão das repúblicas. Mais que isso, tem que ser a extensão dos lares desses jovens. É preciso a sua urgente ativação para que os alunos encontrem, também, no Centro de Vivência o “locus” de expansão de sua criatividade.

 

6 ) Como estará a EEL daqui há 4 anos?

Vamos despender todos os nossos esforços para que dentro de quatro anos a EEL tenha um papel preponderante no Vale do Paraíba e seja reconhecida como um dos maiores celeiros de formação de lideranças das principais empresas e organizações do país. Essa tarefa exige uma presença cada vez mais marcante de nossa comunidade na Pesquisa e na Extensão.

Mas, para isso, precisamos de muito apoio da Comunidade interna e externa. A crise econômica, agravada pela crise da pandemia (novo coronavírus), reduziu de maneira drástica o orçamento da Universidade, afetando por consequência a EEL. Criatividade é a palavra-chave nesse momento.

 

7) Podem acrescentar algo que queiram.

Os alpinistas só conseguem alcançar os cumes mais íngremes e desafiadores porque contam com um grupo forte e coeso, onde há respeito à diversidade e se tem a capacidade de alocar nos lugares certos as pessoas com competências adequadas. Dessa forma sempre nos pautamos na gestão de nossos Grupos de Pesquisa. Assim, pretendemos gerir a EEL com a capacidade de reconhecer nossas fragilidades e de nos apoiarmos com intensidade nas nossas fortalezas. A FAENQUIL foi a escola que formou os principais quadros das maiores empresas do Vale do Paraíba. Nossa capacidade científica e nossas publicações nos trouxeram para a USP. Sempre enfrentamos as condições mais adversas e desafiadoras, e com dificuldades orçamentárias, e sempre nos saímos muito bem. Hoje, estamos em uma das melhores Universidades do mundo e temos um quadro de pessoas muito competentes. Não há porque a Escola não ampliar sua posição de destaque.

Entretanto, é importante reforçar o quadro econômico atual que afeta os recursos disponíveis para administrar a Escola, quadro esse que já conhecíamos quando aceitamos o desafio de administrar a EEL. Por isso nosso forte apelo para a união de todos. Precisamos buscar, juntos, os meios para reduzir os custos de gestão da Escola e buscar fontes alternativas de recursos. Sobre reduzir custos, pretendemos criar um grupo de trabalho visando avaliar os procedimentos administrativos para encontrar os possíveis gargalos que podem estar drenando recursos da Escola. Esta forma de gestão colaborativa e presente, valorizando as competências e experiências de nosso pessoal, deverá ser um dos marcos de nosso período na Diretoria da EEL-USP.

Por fim, queremos tranquilizar a comunidade da EEL. Não faremos nenhuma mudança imediata na administração da Escola. Todas as mudanças que viermos a realizar ao longo do tempo serão resultado de estudo e ponderação, após discussões setoriais. Neste momento pediremos que todos continuem exercendo suas atividades com o costumeiro empenho, sem interrupção ou alteração.


A matéria também foi publicada no Jornal da USP:
https://jornal.usp.br/institucional/a-eel-tem-vocacao-para-ser-um-centro-de-excelencia-internacional-afirmam-novos-diretores/