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Pesquisador da EEL participa da anotação do genoma de Eucalipto

Na edição de 19 de junho de 2014, a Nature, uma das revistas internacionais de maior impacto científico no mundo, anunciou o sequenciamento completo do genoma do eucalipto. O Prof. Dr. Elisson Romanel do Departamento de Biotecnologia da EEL/USP identificou e anotou os genes da família gênica MADS-box relacionando a evolução de tais genes com o tempo de floração e os órgãos florais típicos de eucalipto.

O eucalipto é uma espécie de grande interesse ecológico e econômico por sua diversidade biológica, adaptabilidade a diversos nichos ecológicos, produção de óleos essenciais, biomassa e fonte renovável de fibra e energia. O estudo do genoma anotado e publicado permitiu identificar a diversidade de genes codificantes para a biossíntese de metabólitos secundários, genes da via de floração e genes da biossíntese da parede celular. Ademais, cerca de 34% dos genes sofreram duplicação em tandem o que pode explicar a alta adaptabilidade desta espécie a solos e ambientes distintos. A disponibilidade do genoma desta espécie abre campo de pesquisa para o melhoramento e aplicações biotecnológicas do eucalipto, tais como na produção de óleo essenciais e fármacos, na identificação de marcadores moleculares associado a características de interesse econômico tais como resistência ao frio, seca e ao ataque de insetos e fungos, na biologia evolutiva com a identificação de genes similares em outras espécies do mesmo gênero e na compreensão da biossíntese da biomassa da parede celular com vistas a modificação para aumentar a produção de biocombustível e a produção de papel.

A pesquisa teve inicío em 2007 a partir de amostras de DNA da espécie vegetal Eucalyptus grandis cultivada pela empresa Suzano em solo brasileiro. ROmanel teve participação nesse trabalho desde 2011. A execução do projeto foi liderada pelos cientistas Alexander Myburg da Universidade de Pretória (África do Sul), Dario Grattapaglia da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) e Gerald Tuskan do Joint Genome Institute (JGI) dos Estados Unidos da América, envolvendo pesquisadores de nove países e 30 Instituições, incluindo a participação de diversas instituições brasileiras como a Escola de Engenharia de Lorena/Universidade de São Paulo (EEL/USP), Universidade de Brasília (UNB), Universidade Católica de Brasília (UCB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Federal do Rio de Grande do Sul (UFRGS).